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Infertilidade masculina: entenda causas, exames e tratamentos

Atualizado em 30/09/2025

A infertilidade masculina é uma situação que ainda recebe menos atenção do que deveria, embora represente um desafio significativo para a saúde reprodutiva de muitos casais.

Estima-se que a infertilidade afete entre 13% e 15% dos casais em todo o mundo, com maior prevalência em países com recursos diagnósticos limitados. Os mesmos estudos apontam que o homem pode ser o responsável por até 40% desses casos.

Neste artigo, entenda o que é a infertilidade masculina, quais são suas principais causas e os exames utilizados para investigá-la. Saiba também as opções de tratamento disponíveis, orientações sobre prevenção e os sinais de alerta para procurar um especialista.

Nosso objetivo é oferecer informações confiáveis, baseadas em evidências científicas, para apoiar decisões de saúde e contribuir para a conscientização sobre o tema.

E se você quer se aprofundar em questões relacionadas à saúde feminina e à reprodução humana, acompanhe também os outros conteúdos do blog da União Química.

O que é infertilidade masculina?

A infertilidade masculina é a incapacidade de um homem contribuir para uma gestação após pelo menos 12 meses de relações sexuais frequentes, sem o uso de métodos contraceptivos.

O diagnóstico é feito com base em alterações nos parâmetros do sêmen ou em condições clínicas que interferem na função reprodutiva.

É importante diferenciar infertilidade de esterilidade. Enquanto a infertilidade indica uma redução na capacidade de gerar filhos, com possibilidade de tratamento, a esterilidade se refere à impossibilidade definitiva de reprodução, geralmente irreversível.

A maioria dos casos de infertilidade masculina, no entanto, possui causas identificáveis e, em muitos deles, é possível recuperar a função reprodutiva com acompanhamento especializado.

Principais causas de infertilidade masculina

Diversos fatores podem comprometer a fertilidade do homem, afetando a produção, qualidade ou transporte dos espermatozoides. As principais causas são:

  • Alterações nos espermatozoides: anormalidades na quantidade, motilidade (movimento) ou morfologia (forma) dos espermatozoides. Essas alterações podem ser provocadas por múltiplos fatores, inclusive genéticos e do ambiente.
  • Problemas hormonais: disfunções no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (sistema de regulação hormonal que controla a reprodução e a função sexual) como a deficiência de testosterona ou de hormônios como FSH e LH. O uso de anabolizantes (“bombas”) pode inibir a produção de espermatozoides e esta alteração pode persistir mesmo após a interrupção do uso.
  • Varicocele: dilatação anormal das veias do cordão espermático, frequentemente associada ao aumento da temperatura testicular, que prejudica a espermatogênese.
  • Infecções e fatores genéticos: infecções do trato reprodutor, como orquite e epididimite, podem causar obstruções ou danos testiculares. Alterações genéticas, como a síndrome de Klinefelter ou microdeleções no cromossomo Y, também estão relacionadas a casos de infertilidade.

Veja no vídeo o que diz o Dr. Sidney Glina, urologista do Einstein Hospital Israelita, sobre infertilidade masculina:

Vídeo: Infertilidade masculina: o que é, causas e tratamentos | Educação em Saúde Einstein

Quais exames investigam a infertilidade masculina?

O primeiro passo costuma ser o exame físico da região genital, seguido pelo espermograma, considerado o principal exame inicial.

O espermograma analisa diversos parâmetros do sêmen, como volume, concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides. Com esses dados, é possível avaliar a capacidade funcional dos gametas e estabelecer um prognóstico mais preciso.

Além do espermograma, o médico pode solicitar exames complementares, de acordo com os achados clínicos:

  • Exames hormonais: avaliam níveis de FSH, LH, testosterona, prolactina e outros hormônios relacionados à espermatogênese.
  • Ultrassonografia escrotal: identifica alterações como varicocele, cistos ou obstruções nos ductos genitais.
  • Avaliação genética: indicada em casos de azoospermia ou oligozoospermia severa, para investigar síndromes genéticas ou microdeleções no cromossomo Y.
  • Teste de fragmentação do DNA espermático: analisa a integridade do material genético dos espermatozoides, importante em casos de falhas em fertilizações anteriores.
  • Pesquisa de anticorpos anti-espermatozoides: útil quando há suspeita de infertilidade imunológica.

Há tratamento para infertilidade masculina?


Tratamento para infertilidade masculina

Quando identificada a causa e o grau da infertilidade, o médico ou médica especialista avalia as opções mais adequadas de tratamento. Em alguns casos, a correção de alterações hormonais ou anatômicas pode restaurar a função reprodutiva.

Quando isso não é suficiente, técnicas de reprodução assistida são alternativas viáveis para alcançar a gestação.

Tratamentos clínicos e cirúrgicos

Os tratamentos clínicos para infertilidade masculina têm como objetivo corrigir condições que afetam a produção e a qualidade dos espermatozoides. Podem incluir terapias para restabelecer o equilíbrio hormonal ou o tratamento de infecções do trato reprodutor.

Entre as intervenções cirúrgicas, destacam-se:

  • Correção de varicocele: indicada quando a dilatação das veias testiculares prejudica a produção espermática.
    Reversão de vasectomia: indicada para restabelecer a continuidade dos canais deferentes e permitir a passagem de espermatozoides.
  • Cirurgias para obstruções do sistema reprodutor: realizadas em casos de azoospermia obstrutiva, visando restabelecer a passagem dos gametas.
  • Biópsia testicular com obtenção de espermatozoides: indicada em alguns casos de azoospermia não obstrutiva, podendo ser associada a protocolos prévios para otimizar a produção espermática.

Todos os procedimentos devem ser indicados e acompanhados por um especialista, considerando as características clínicas e reprodutivas de cada paciente.

Técnicas de reprodução assistida

  • Inseminação intrauterina (IIU): indicada quando há alterações leves na quantidade ou na motilidade dos espermatozoides. O sêmen é processado e introduzido diretamente no útero no período fértil.
  • Fertilização in vitro (FIV): realizada em laboratório, aproximando espermatozoides e óvulos para que a fertilização ocorra espontaneamente fora do corpo. Indicada em casos de alterações moderadas na produção e qualidade dos gametas.
  • Injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI): utilizada em casos graves de fator masculino, injeta um único espermatozoide diretamente no óvulo. Os gametas podem ser obtidos do sêmen ou diretamente do epidídimo ou testículo.

Infertilidade masculina tem cura?

Em muitos casos, a infertilidade masculina pode ser tratada ou contornada com auxílio médico especializado.

Um exemplo é a história, contada pelo G1, do médico veterinário Rafael Balbi, diagnosticado com azoospermia.

Quando procurar um especialista?


Especialistas em infertilidade masculina

Referências bibliográficas





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