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Inflamação intestinal: causas, sintomas e como tratar corretamente

Atualizado em 13/10/2025

O intestino é um dos órgãos mais importantes para o bom funcionamento do corpo, mas também está entre os mais sensíveis às nossas escolhas de vida. E quando ocorre um processo de inflamação intestinal, todo o organismo pode ser afetado. Por isso, você tem que aprender a identificar os sinais de que algo não vai bem no sistema digestivo.

Afinal de contas, a inflamação pode estar ligada a fatores como alimentação, estresse, uso frequente de medicamentos ou até mesmo condições autoimunes.

Por isso,vamos te ajudar a entender o que é a inflamação intestinal, suas principais causas e sintomas, quais doenças estão associadas ao problema e, claro, como é possível tratar e prevenir-se contra esse quadro.

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O que é inflamação intestinal?

Trata-se de uma resposta do sistema imunológico a agressões na mucosa que reveste o intestino, e pode ocorrer de forma aguda (mais relacionada a infecções, intoxicações alimentares ou uso pontual de medicamentos), ou crônica (mais associada a doenças autoimunes, alergias ou desequilíbrios persistentes da microbiota intestinal).

Inclusive, um ponto para entender esse quadro é justamente o papel da microbiota intestinal. Conhecida como flora intestinal, ela reúne trilhões de microrganismos que ajudam a manter o equilíbrio do sistema digestivo. Quando está saudável, funciona como uma barreira de proteção contra agentes nocivos e auxilia na modulação da imunidade.

No entanto, quando há disbiose (um desequilíbrio entre bactérias benéficas e patogênicas), o risco de inflamação intestinal aumenta.

Tem interesse no assunto? Aproveite para conhecer a importância dos micróbios intestinais neste vídeo da BBC News Brasil:

Quais são as principais causas da inflamação no intestino?

Ela pode surgir por diferentes fatores — muitas vezes combinados entre si. E entre os elementos mais frequentes estão os hábitos alimentares, o estilo de vida moderno e o desequilíbrio da microbiota intestinal.

A seguir, exploramos cada um deles em detalhes.

Alimentação pró-inflamatória

A dieta é um dos principais gatilhos para o intestino inflamado porque o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras trans, aditivos químicos e sódio favorece o surgimento de processos inflamatórios.

Como resultado, esse tipo de alimentação compromete a integridade da mucosa intestinal, aumenta a permeabilidade do intestino e facilita a entrada de toxinas na corrente sanguínea, o que costuma intensificar a resposta inflamatória.

Por sua vez, a baixa ingestão de fibras, frutas, verduras e alimentos ricos em antioxidantes priva a microbiota intestinal de nutrientes. E, sem o suporte, bactérias benéficas reduzem a atividade, e abrem espaço para a proliferação de microrganismos nocivos.

Estresse e estilo de vida

O intestino e o cérebro estão diretamente conectados pelo chamado eixo intestino-cérebro, o que explica por que fatores emocionais influenciam tanto a saúde intestinal.

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Outros hábitos de vida também contribuem para a inflamação. O sedentarismo, o sono de má qualidade e o consumo frequente de álcool e tabaco são exemplos de fatores que comprometem a barreira intestinal e aumentam a vulnerabilidade a processos inflamatórios. 

Por isso, investir em mudanças de estilo de vida é uma boa estratégia de prevenção.

Disbiose intestinal

A disbiose ocorre quando há um desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins que compõem a microbiota intestinal. Esse quadro pode ser causado por:

  • uso indiscriminado de antibióticos;
  • dieta pobre em fibras;
  • excesso de estresse;
  • exposição a poluentes e toxinas ambientais.

Quando a disbiose se instala, a capacidade de defesa do intestino diminui, favorecendo o crescimento de microrganismos prejudiciais e o acúmulo e absorção de substâncias inflamatórias. 

Esse desequilíbrio não apenas causa sintomas digestivos, como gases, diarreia e constipação, mas pode desencadear ou agravar doenças autoimunes e inflamatórias.

Quais doenças estão associadas à inflamação intestinal?

A inflamação intestinal não é apenas um desconforto passageiro: em muitos casos, pode estar relacionada a doenças crônicas que exigem acompanhamento contínuo. Entenda melhor para aprender como proceder diante de cada situação.

Doença de Crohn e retocolite ulcerativa

Essas duas condições fazem parte das chamadas doenças inflamatórias intestinais (DII), que possuem origem multifatorial, envolvendo predisposição genética, fatores imunológicos e ambientais:

  • Doença de Crohn: pode afetar qualquer parte do trato digestivo, da boca ao ânus, e tende a comprometer todas as camadas da parede intestinal;
  • Retocolite ulcerativa: atinge especificamente o cólon e o reto, restringindo-se à camada mais interna do intestino.

Ambas são doenças crônicas, caracterizadas por períodos de remissão e crise, que exigem acompanhamento próximo com gastroenterologista e, muitas vezes, uso de medicamentos imunomoduladores ou anti-inflamatórios específicos.

Imagem em tons de cinza, branco e vermelho de pessoa curvada em posição de dor, com ambas as mãos na barriga, simulando dor no instestino

Síndrome do intestino irritável (SII)

Embora não seja considerada uma inflamação clássica, a síndrome do intestino irritável está intimamente relacionada ao desequilíbrio da microbiota e a alterações na resposta imunológica do intestino. 

O estresse e a dieta desequilibrada estão entre os principais fatores de piora dos sintomas.

A SII não causa danos permanentes ao intestino, mas pode impactar de forma significativa a qualidade de vida. É um exemplo claro de como a saúde intestinal e emocional estão conectadas.

Alergias e intolerâncias alimentares

A exposição frequente a alimentos que o organismo não tolera também pode gerar processos inflamatórios.

  • Alergias alimentares envolvem uma resposta imunológica exacerbada a determinados alimentos, como leite, ovos ou oleaginosas;
  • Intolerâncias, como à lactose ou ao glúten, não ativam o sistema imune da mesma forma, mas provocam reações que podem inflamar e irritar a mucosa intestinal com o tempo.

Tanto alergias quanto intolerâncias precisam de diagnóstico preciso e acompanhamento profissional para evitar complicações mais sérias e garantir uma alimentação segura.

Quais sintomas podem indicar inflamação intestinal?

Ao pesquisar por intestino inflamado e sintomas, os sinais mais comuns e perceptíveis incluem alterações no hábito intestinal e desconfortos abdominais. Mas nem todo sintoma significa algo grave e, sim, sua soma, frequência e persistência. Isso, sim, pede atenção.

Conheça, abaixo, os sintomas gerais de uma inflamação intestinal:

  • Dor ou cólica abdominal (piora após refeições ou melhora após evacuar, dependendo da causa);
  • Inchaço/estufamento e gases, com sensação de “barriga pesada”;
  • Diarreia, constipação ou alternância entre as duas. Em quadros funcionais como SII, dor relacionada à evacuação e mudança de hábito são típicas;
  • Muco nas fezes e sensação de evacuação incompleta (comum em distúrbios funcionais);
  • Náuseas, queda de apetite, fadiga e baixa imunidade (inflamação persistente pode impactar absorção e bem-estar global);
  • Perda de peso não intencional (sinal de alerta quando significativa ou associada a outros achados).

Agora, os sinais de alerta em que é recomendado buscar atendimento médico urgente:

  • Sangue visível nas fezes ou fezes pretas/escurecidas (podem indicar sangramento);
  • Dor abdominal intensa e contínua, febre alta persistente, vômitos repetidos ou sinais de desidratação;
  • Perda de peso marcada ou anemia sem causa explicada;
  • Em pessoas com suspeita de doença inflamatória intestinal (DII), sangramento importante ou dor intensa requerem avaliação imediata.

Para acompanhar a sua situação, recomendamos que anote quando os sintomas começaram, sua frequência, relação com alimentos/estresse e mudanças recentes (medicações, viagens, infecções), pois esse “diário” agiliza o diagnóstico.

Mulher com as mãos no abdômen, simulando dor por conta de intestino inflamado

Por que é importante procurar um gastro e um nutricionista?

Diagnóstico correto = segurança no tratamento. Simples assim, pois o gastroenterologista sabe como tratar o intestino inflamado, e a abordagem terapêutica depende da causa.

O profissional, então, investiga clinicamente e com exames, enquanto o nutricionista traduz o diagnóstico em um plano alimentar ajustado à fase (crise x controle) e ao seu cotidiano.

Como o gastro investiga as causas

  1. Anamnese e exame físico: sinais de alarme, padrão dos sintomas, histórico familiar, uso de medicamentos (p. ex., antibióticos, AINEs);
  2. Exames laboratoriais: hemograma, marcadores inflamatórios (PCR/VHS) e avaliação nutricional (ferro, B12, vitamina D), conforme hipótese;
  3. Exames de fezes: pesquisa de patógenos, toxina de C. difficile quando indicado e calprotectina fecal — útil para diferenciar DII (Crohn/retocolite) de condições não inflamatórias como SII e decidir a necessidade de endoscopia;
  4. Endoscopia/colonoscopia com biópsia: avaliam mucosa e confirmam inflamação específica, severidade e extensão;
  5. Imagem quando necessário: tomografia/RM (incluindo enterografia), ultrassom, ou cápsula endoscópica em casos selecionados;
  6. Testes específicos de intolerâncias: p. ex., teste respiratório de hidrogênio para lactose (ou outros protocolos); em casos positivos, a estratégia alimentar muda de forma objetiva.

Com a causa, o melhor tratamento é conduzido. Por exemplo: anti-inflamatórios específicos, antibióticos quando há infecção, manejo de SII e terapia para DII, entre outros, e define se há necessidade de acompanhamento contínuo.

Probióticos ajudam ou podem piorar a inflamação intestinal?

Probióticos sempre geram dúvidas em quem busca entender melhor como tratar um intestino inflamado.

De forma geral, essas bactérias benéficas têm o potencial de equilibrar a microbiota intestinal, fortalecer a barreira intestinal e auxiliar no controle de processos inflamatórios. 

Em condições como síndrome do intestino irritável (SII) e algumas doenças inflamatórias intestinais (DII), podem existir benefícios quando utilizados sob supervisão.

No entanto, o uso indiscriminado ou sem orientação médica pode trazer efeitos indesejados. 

Em pessoas com supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO), por exemplo, os probióticos podem piorar sintomas como:

  • gases;
  • distensão abdominal;
  • diarreia.

Além disso, não existe uma “fórmula única”: cada cepa bacteriana tem funções diferentes, e a escolha inadequada pode não trazer os resultados esperados. Portanto, os probióticos não devem ser vistos como solução milagrosa para a inflamação intestinal.

Seu uso precisa ser individualizado, considerando o quadro clínico, os exames e a orientação de profissionais de saúde.

Como cuidar do intestino no dia a dia?

Mulher sentada com as pernas cruzadas, vestindo roupas curtas brancas, e com ambas as mãos em posição de círculo em frente ao intestino, simulando equilíbrio

A prevenção é o caminho mais seguro quando o assunto é saúde intestinal. Pequenas mudanças no estilo de vida, quando mantidas de forma consistente, podem reduzir o risco de inflamação e melhorar o bem-estar geral. Veja algumas recomendações práticas:

  • Alimentação equilibrada: priorize alimentos naturais, ricos em fibras, antioxidantes e gorduras boas (como azeite, peixes e oleaginosas). Reduza ao máximo o consumo de ultraprocessados, açúcar e frituras;
  • Hidratação adequada: beber água ao longo do dia ajuda no trânsito intestinal e mantém a mucosa hidratada;
  • Atividade física regular: exercícios estimulam o movimento intestinal, reduzem inflamação sistêmica e contribuem para o equilíbrio da microbiota;
  • Manejo do estresse: meditação, respiração consciente, hobbies e psicoterapia podem ajudar a controlar a influência negativa do estresse no intestino;
  • Sono de qualidade: noites mal dormidas desregulam hormônios e aumentam a predisposição à inflamação. Tente manter uma rotina regular de descanso.

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Conclusão

A inflamação intestinal é um sinal de que algo no corpo está fora de equilíbrio e não deve ser ignorada. Como vimos, ela pode estar associada a fatores cotidianos, como alimentação e estresse, mas também a doenças mais complexas, que exigem acompanhamento especializado.

Reconhecer os sintomas do intestino inflamado, buscar avaliação médica e adotar hábitos de vida saudáveis são passos essenciais para manter o intestino em bom funcionamento. Além disso, contar com a orientação de profissionais como o gastroenterologista e o nutricionista garante um tratamento mais eficaz e seguro.

Mais do que tratar sintomas isolados, cuidar do intestino significa investir na saúde integral do corpo, prevenindo complicações e garantindo mais qualidade de vida. Afinal, quando o intestino funciona bem, todo o organismo agradece.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Síndrome de intestino irritable

As doenças inflamatórias intestinais e os acometimentos articulares: um panorama das evidências científicas

Doença inflamatória intestinal: qual a relevância da doença no Brasil?





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